11/01/2018
PolÃcia faz operação contra quadrilha suspeita de vender falso suplemento com fosfoetanolamina
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PolÃcia faz operação contra quadrilha suspeita de vender suplemento como fosfoetanolamina
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A PolÃcia Civil realizou na manhã do dia 04/01 uma operação contra uma organização suspeita de vender suplementos com fosfoetanolamina, que não continham a substância. O grupo é suspeito dos crimes de tráfico de drogas, organização criminosa e lavagem de dinheiro.
Conhecida como pÃlula do câncer, a fosfoetanolamina teve a venda proibida por conta da suspensão de uma lei. Testes não comprovaram a eficácia da substância contra a doença, por isso não é reconhecida como medicamento.
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Material apreendido pela polÃcia durante a operação Placebo (Foto: Divulgação/PolÃcia Civil)
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Uma pessoa foi presa em flagrante por posse irregular de arma de fogo. Foram apreendidos seis passaportes, 130 frascos da substância fabricada em Miami, nos Estados Unidos, três computadores, celulares e uma pistola calibre 380.
Os policiais cumpriram 18 mandados de busca e apreensão, além do sequestro de 76 veÃculos e o bloqueio de 33 contas bancárias em Porto Alegre e cidades da Região Metropolitana.
Conforme a polÃcia, a organização possuÃa empresas que eram usadas para a lavagem de dinheiro que vinha do tráfico de drogas.
As apreensões começaram ainda na quarta-feira (3), quando foram apreendidos 27 veÃculos, que foram recolhidos em estacionamentos de lojas e empresas. A polÃcia acredita que os bens tenham sido comprados com dinheiro do crime.
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VeÃculos foram apreendidos no decorrer da operação realizada nesta quinta-feira (4) (Foto: Divulgação/PolÃcia Civil)
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"O objetivo é apurar o crime de lavagem de dinheiro relacionado ao tráfico de drogas, que supostamente esteja sendo praticado por alguma facção criminosa aqui no estado", disse o delegado Marcio Zachello.
A investigação começou a partir do envolvimento de um dos suspeitos com o tráfico de drogas em Porto Alegre e Região Metropolitana. Foi estabelecida uma ligação entre ele e os sócios da empresa que vendia o suplemento.
"Conseguimos o bloqueio de 33 contas de pessoas fÃsicas e juridicas, a apreensão de passaportes de seis investigados, para evitar fuga do paÃs e apreensão destes bens para evitar que eles sejam usados em outros fins", afirmou o delegado.
Em um dos carros apreendidos, foi encontrada, conforme a polÃcia, uma grande quantidade de frascos do suplemento. O material foi encaminhado para Delegacia do Consumidor, que vai pedir a análise do produto.
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Frascos do suplemento foram vendidos (Foto: Divulgação/PolÃcia Civil)
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Suplemento vendido pela internet
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Suplemento era vendido por grupo pela internet (Foto: Reprodução)
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O suplemento é vendido no Brasil por meio de uma página na internet, e promete melhorar a qualidade de vida e o desempenho de funções metabólicas do corpo.
Uma análise encomendada pelo Grupo de Investigação do Grupo RBS (GDI) com o produto vendido pela empresa apontou que não havia a substância no suplemento (veja no vÃdeo abaixo). Parte do produto apreendido pela polÃcia em um dos veÃculos do grupo era do mesmo lote analisado, e também passará por perÃcia da polÃcia.
Um ex-sócio chegou a denunciar que a empresa passou a importar matéria prima mais barata da China, que não continha a substância, e que por isso deixou a sociedade.
Inicialmente, os sócios contavam com o apoio do quÃmico responsável pela substância no interior de São Paulo. Mas como o Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu a lei que autorizava a venda da fosfoetanolamina no Brasil, o quÃmico Gilberto Chierice, da USP de São Carlos, rompeu com o grupo.
Foi quando a venda passou a ser feita a partir dos Estados Unidos, onde o produto custava US$ 99 (cerca de R$ 380).
A empresa responsável pela substância respondeu por meio de sua assessoria de imprensa que não teve acesso ao laudo, o que impossibilita a avaliação técnica do resultado. Informou ainda que possui todas as certificações exigidas, e que segue rigorosamente a patente da fosfoetanolamina desenvolvida pelo grupo do professor Gilberto Chierice.
Ainda de acordo com a empresa, o suplemento não substitui os tratamentos convencionais como quimioterapia, radioterapia ou qualquer outro indicado pelos médicos.
Fonte: G1
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