26/04/2018
41ª RA: Workshop de pós-graduação debate formas alternativas de financiamento
Evento que reúne coordenadores dos programas discutirá também cenários futuros para programas e profissionais, e as boas práticas de gestão
Se existe uma preocupação comum a todos os pesquisadores, independentemente de sua área de atuação, é de onde virá o financiamento para os próximos passos da pesquisa. Na QuÃmica, os programas de pós-graduação vêm em atenção redobrada desde o corte das verbas federais em meados de final de 2014. "Apesar de ser uma situação bastante difÃcil, se pudermos ver um lado bom nisso, esse achatamento nos tira da zona de conforto e nos obriga a buscar fontes de recurso que não explorávamos antes", pondera o professor Rochel Montero Lago, da UFMG, e organizador de um dos painéis do XVI Workshop de Pós-Graduação em QuÃmica, que acontecerá em Foz do Iguaçu, dia 21 de maio, dia da abertura da 41ª Reunião Anual da SBQ.
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Professor Rochel Montero Lago (UFMG): "A interação com a indústria é um dos aspectos fundamental para nosso futuro. Nesse sentido, é importante que as Universidades e centros de pesquisa tenham pessoas preparadas, metodologia e estrutura para receber, entender as demandas e encaminhá-las."
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Professoras MarÃlia Goulart (UFAL) e Maria Domingues Vargas (UFF), co-coordenadoras do workshop
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O painel coordenado por ele no Workshop de pós-graduação debaterá essas formas alternativas de financiamento com representantes da UnB, Senai, Fapemig e CFT-Vale (veja programação completa aqui).
Rochel avalia que o corte de verbas tem sido sentido mais fortemente nesses últimos anos, já que na época, muitos pesquisadores estavam com projetos encaminhados. Em sua opinião, o corte afeta mais os programas de PG mais iniciantes "já que programas de nÃvel 7 têm acesso a alguns tipos de recursos que outros não têm", mas um processo gradativo de sucateamento já pode ser observado de forma geral. "Tenho percebido também uma diminuição no número de bolsas, principalmente para pós-docs", declara.
Segundo o professor, os pesquisadores estão começando a buscar alternativas como editais internacionais, editais do BNDES e a atividades de extensão como a prestação de serviços. "Mas, uma parte muito importante ainda a ser explorada é a colaboração com indústrias, que tem um aspecto peculiar: podemos gerar pesquisa relevante de alto nÃvel com potenciais impactos econômicos para o Brasil", avalia Rochel.
Empresas multinacionais e lÃderes em seus segmentos de atuação, como Petrobras, Shell e Fiat estão entre os exemplos das marcas mais conhecidas que já tem feito trabalhos em conjunto com pesquisadores das universidades. "A interação com a indústria é um dos aspectos fundamental para nosso futuro. Nesse sentido, é importante que as Universidades e centros de pesquisa tenham pessoas preparadas, metodologia e estrutura para receber, entender as demandas e encaminhá-las", pontua Rochel.
O Workshop terá mais dois simpósios. "Perspectivas dos PPGQ e inserção dos futuros profissionais/Cenários futuros para a formação do pós-graduando", coordenado pela professora Maria Domingues Vargas (UFF), com a participação dos professores Adriano Monteiro (UFRGS) e Norberto Peporine Lopes (FCFRP-USP); e "Avaliação da PG brasileira. Boas práticas na condução da pós-graduação", coordenado pela professora MarÃlia Goulart (UFAL), com a participação dos professores Maysa Furlan (IQAr-UNESP), Hélio Duarte (UFMG), Jaisa Fernandes Soares (UFPR), Josué Carinhanha Santos (UFAL) e Wendell Coltro (UFG), entre outros.
"Desde que foram criados, os workshops têm se constituÃdo de momentos de profunda reflexão e de debates, fundamentais para o auto-conhecimento, avaliação comparativa e aprimoramento dos programas", afirma a professora MarÃlia Goulart (UFAL) co-coordenadora do evento.
Texto: Mario Henrique Viana (Assessoria de Imprensa da SBQ)
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