21/06/2018
Pantanal, cerrado e eventos cientÃficos são os 'reagentes' para o crescimento da SBQ-MS
Em 2019 o Mato Grosso do Sul (com sua biodiversidade única) receberá a reunião da SBPC e
o III Encontro Regional da SBQ Centro-Oeste
Uma regional da SBQ ainda pequena, mas com tremendo potencial é a do Mato Grosso do Sul. Lá a comunidade quÃmica é formada por seis instituições de ensino, sendo duas particulares, todas com algum tipo de pós-graduação em quÃmica ou área correlata. Na última Reunião Anual da SBQ, estiveram presentes 19 quÃmicos do estado. Na oportunidade, o professor Dênis Pires de Lima foi empossado diretor da secretaria regional da SBQ-MS para os próximos dois anos.
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Professor Dênis Pires de Lima (UFMS), secretário regional da SBQ-MS: "Estamos perto de um ciclo vicioso em que não conseguimos aprovar projetos, portanto perdemos recursos, não conseguimos manter a estrutura, e diminuÃmos a produção cientÃfica. A alternativa regional, muitas vezes, tem sido a parceria com instituições privadas – eles têm outras formas de arrecadação, laboratórios modernos e permitem o uso da estrutura por pesquisadores das instituições públicas."
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"O Mato Grosso do Sul é um polo nacional importante, com um aparato de biodiversidade bastante interessante, que pode ser explorado pela QuÃmica e a SBQ tem um papel importante nesse processo de fortalecimento da ciência", afirma Lima. Ele explicou ao Boletim SBQ que pretende utilizar a Reunião Anual da SBPC, que será realizada em julho de 2019, na UFMS, para atrair estudantes e pesquisadores para a SBQ. Antes, em março de 2019, participará da organização do III Encontro Regional da SBQ Centro-Oeste da Universidade de Grande Dourados. "Esses eventos serão muito importantes para mostrarmos aos estudantes do ensino médio, graduandos e pós-graduandos, o que podemos modificar através do conhecimento de quÃmica."
Lima conta que a pesquisa cientÃfica local vive uma situação de escassez de recursos (como todas as universidades públicas do paÃs), mas que é minorada pelas colaborações de grupos de pesquisa em todo o paÃs e no exterior. "Estamos perto de um ciclo vicioso em que não conseguimos aprovar projetos, portanto perdemos recursos, não conseguimos manter a estrutura, e diminuÃmos a produção cientÃfica. A alternativa regional, muitas vezes, tem sido a parceria com instituições privadas – eles têm outras formas de arrecadação, laboratórios modernos e permitem o uso da estrutura por pesquisadores das instituições públicas."
Com universidades espalhadas nos biomas cerrado e pantanal, a região tem uma vocação natural para a quÃmica verde e a quÃmica de produtos naturais, acredita Lima. "Temos que mostrar aos jovens esse potencial que é tanto acadêmico quanto industrial", observa. "O Mato Grosso do Sul já desenvolve pesquisa para as indústrias sucro-alcooleira e veterinária, e na área de saúde humana."
Lima é professor na UFMS desde 1995, quando veio de Ouro Preto, onde lecionou por quase um ano. Hoje, coordena o Laboratório de SÃntese e Transformações de Moléculas Orgânicas (SINTMOL), juntamente com o professor Adilson Beatriz. "Na graduação a gente vê de um lado jovens desanimados, de outro, vários que logo entram na iniciação cientÃfica", descreve. "O que nós procuramos fazer é criar no aluno o interesse em resolver um problema, e assim fazermos uma ligação entre a pesquisa básica e a ciência aplicada, por exemplo com doenças transmissÃveis por mosquito ou a mosca do chifre no gado. Isso, além de despertar a ambição cientÃfica de transformar para o bem, também cria a perspectiva de uma futura remuneração no jovem."
Seu próprio trabalho é um exemplo do que afirma. O projeto "Biossurfactantes para Combater Doenças Transmitidas por Mosquitos" foi o vencedor do Desafio em QuÃmica Verde e Sustentável da Fundação Elsevier (Elsevier Foundation Green and Sustainable Chemistry Challenge), em maio do ano passado, na Alemanha.
Ao receber o prêmio, Lima disse que "o problema das doenças transmitidas pelos mosquitos é resultado de um desequilÃbrio ecológico no Brasil e, muitas vezes, a melhor solução vem da própria natureza. O prêmio irá oferecer visibilidade a um projeto simples e escalonável que irá ajudar a melhorar a qualidade de vida de milhões de pessoas no Brasil que lutam contra a doenças como a Dengue, Zika e Chikungunya."
Texto: Mario Henrique Viana (Assessoria de Imprensa da SBQ)
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