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14/02/2019



Evento global celebra a mulher na Química


No Brasil, nove cidades realizaram apresentações e debates sobre os desafios da mulher na carreira científica

Diversos Institutos de Química das universidades brasileiras participaram, nesta terça-feira, de um evento global realizado simultaneamente em mais de 100 países. "Empoderando mulheres na química", foi um café da manhã realizado conjuntamente com apresentações feitas por químicas, debates e discussões sobre os entraves e as barreiras que as mulheres encontram em seu percurso na carreira científica. No Brasil, nove universidades participaram do evento, organizado pela IUPAC – União Internacional para a Química Pura e Aplicada.

A professora Vanderlan Bolzani, (UNESP), primeira mulher a presidir a SBQ (2008 a 2010) organizou o encontro em Araraquara, onde cerca de 80 pessoas, principalmente meninas, participaram dos debates. "Estamos otimistas com relação ao aumento da representatividade das mulheres na ciência brasileira", declara Vanderlan.

"Eventos como esse são muito importantes, pois o que deveria ser natural (a igualdade dos gêneros) ainda precisa ser trabalhado insistentemente por todas nós e isso acontece inclusive em países muito mais socialmente evoluídos que o nosso", afirma a professora Rossimiriam Freitas (UFMG), vice-presidente da SBQ e organizadora do evento em Belo Horizonte, juntamente com as professoras Lucia Pinheiro, Ana Quadros e Raquel Mambrini (vice secretária regional da SBQ).

Na UFMG, "Proseando com as Químicas" teve a presença de mais de 50 mulheres, incluindo estudantes de graduação e pós, que puderam se apresentar e contar sua experiência, dificuldades e conquistas no início da carreira científica. "Acredito que a troca de experiências entre as gerações é importante para que as jovens cientistas saibam que com a força da sua independência, do seu conhecimento e da sua autoconfiança, elas podem mudar o mundo, não só por meio da ciência que praticam no dia-a-dia, mas também pela capacidade que lhes é dada de mudar o destino de tantas outras mulheres e meninas no nosso País", declara Rossimiriam.

Em Curitiba, a organização a cargo das professoras Elisa Orth (UFPR), Camila Silveira (UFPR) e a pós-doutoranda Juliana Paula da Silva, optou pelo nome "Café da Manhã com as Químicas da UFPR: o (im)provável empoderamento feminino", e um formato com conferências seguidas de participação da plateia.

Um dos assuntos foi a inserção da mulher no ambiente de pesquisa. Dados mostram que na média, metade das pessoas graduadas nas universidades brasileiras são mulheres – em ciências exatas um pouco menos –, mas no topo da carreira ainda predominam os homens. As mulheres representam cerca de 15% dos membros titulares da Academia Brasileira de Ciências e 10% dos bolsistas produtividade 1A em Química no CNPq. "Ainda temos poucas mulheres nos representando no topo da carreira", declara Elisa Orth. "Precisamos de mais referências e representações femininas."

Outro tema tratado no evento da UFPR foi como a maternidade influi na carreira da mulher – somente em 2017 a bolsista de pesquisa passou a ter direito legal de licença maternidade. "Tivemos relatos de professoras que se tornaram mães em diversos estágios da carreira, e essa troca de experiências foi muito importante", contou a professora Elisa.

Em Alagoas, cerca de 60 químicas e alguns químicos compareceram ao evento organizado pela professora Isis Figueiredo (UFAL), secretária regional da SBQ. Foram feitas apresentações de duas pesquisadoras de renome nacional, a professora Marília O.F. Goulart e a professora Simoni Plentz Meneghetti, ambas da UFAL, e da doutoranda do PPGB – UFAL, Maria Janaína de Oliveira. "Foi um evento muito importante, em que nos empenhamos muito para organizar porque estamos dando o primeiro passo. Muito tem que ser mudado para que realmente as mulheres sejam valorizadas e incentivadas na carreira científica."

O evento "Empoderando Mulheres na Química" foi realizado também em departamentos e institutos de química nas cidades de Florianópolis, Juiz de Fora, Porto Alegre, São Carlos e em Salvador, onde a Secretária Regional da SBQ, Professora Eliane Silva, falou sobre as políticas da SBQ para as mulheres.

Fotos: Daniel Patire (Curitiba) e Divulgação






Belo Horizonte, Curitiba, Maceió e Salvador foram algumas das capitais que reuniram as químicas para debater os desafios da mulher na carreira científica. Na visão da Profa Elisa Orth (UFPR), "essa mobilização das mulheres precisa continuar"


Texto: Mario Henrique Viana (Assessoria de Imprensa da SBQ)








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