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23/01/2020



43ª RA: Agustina Echeverría e os porquês do ensino de química


Especialista em Vigostki, química faz uma defesa do ensino de ciências

A conferência da Professora Agustina Echeverría (UFG) na 43ª Reunião Anual da SBQ tem pelo menos dois bons motivos para lotar o auditório e levantar bons debates: seu tema e sua trajetória.

Ela é a convidada da Divisão de Ensino de Química, e abordará a importância não somente de se ensinar, mas de se fazer química para o desenvolvimento de um País, um assunto que precisa ser constantemente mantido no debate público, diante dos ataques que a educação, a ciência e as universidades vêm sofrendo nos últimos anos.

Na Praça Vermelha, celebrando a formatura, a Professora Agustina é a quinta agachada da esquerda para a direita. (clique na imagem para ampliá-la)


40 anos depois, com os filhos, na sala onde defendeu seu mestrado: "A aprendizagem dos conceitos científicos, entre eles os químicos, possibilita o desenvolvimento intelectual dos estudantes. O bom ensino é o que promove o desenvolvimento."
(clique na imagem para ampliá-la)

Especialista na obra do psicólogo Lev Vigotski, em ensino de química e educação ambiental, a professora Agustina é também muito familiarizada com um conceito que ainda aterroriza alguns e divide opiniões: o socialismo. Ela fez sua graduação e mestrado em síntese orgânica na Universidade da Amizade dos Povos, em Moscou, entre 1973 e 1979, onde viveu como bolsista na União Soviética de Leonid Brejnev.

Nascida na pequena Rafaela, interior da província de Santa Fé, na Argentina, Agustina não tinha nenhuma intimidade com a língua quando desembarcou em Moscou. "Meus pais não podiam me sustentar em uma cidade onde houvesse uma boa universidade na Argentina, então meu caminho foi obter a bolsa. No primeiro semestre, tínhamos aulas intensivas em russo", recorda.

A professora conta que viveu em um alojamento universitário quase duas horas distante da Faculdade de Matemática e Ciências da Natureza da Universidade. Todos os livros eram fornecidos pela universidade e deviam ser devolvidos ao final de cada ano. Recebíamos uma bolsa mensal de 90 rublos. E a rotina era intensa em estudos. "Eu emagreci quase sete quilos no primeiro ano. Tive que me dedicar muito com a química e a língua, porque primeiro tínhamos que entender o russo e depois a química, que não é fácil. E lá todas as provas eram orais", relata Agustina.

Findo o mestrado, Agustina voltou para casa, mas logo trocou a Argentina por Goiânia, onde estabeleceu-se com o marido, um brasileiro que conheceu em Moscou, e criou seus dois filhos, Victoria e Gregório. No começo da sua vida no Brasil, deu aulas na então Escola Técnica Federal de Goiás e na Universidade Católica, antes de fazer seu doutorado em Educação na Unicamp, 10 anos depois.

Foi aí que conheceu a obra de Vigotski e sua Teoria Histórico-Cultural. "Eu lido hoje com a Teoria Histórico-cultural na pesquisa em Ensino de Química porque ela nos permite, entre outras possibilidades, estudar e entender como se desenvolve o pensamento humano em geral, e o pensamento científico em particular. Uma reflexão possível é: podemos entender melhor que apreender a linguagem química aumenta as capacidades do aluno em lidar com a química. Mais do que isso, a aprendizagem dos conceitos científicos, entre eles os químicos, possibilita o desenvolvimento intelectual dos estudantes. 'O bom ensino é o que promove o desenvolvimento', disse Vigotski. Daí a importância de se ensinar a partir desses pressupostos"

Agustina coordena o NUPEC, Núcleo de Pesquisa em Ensino de Ciências, do IQ da UFG, onde dá aulas e pesquisa na graduação em química e na pós-graduação. Ela avalia que alunos universitários no Brasil hoje apresentam sintomas de uma baixa qualidade da formação nas etapas iniciais. Chegou a comprar um mapa-mundi para deixar na sala de aula porque seus alunos de epistemologia não sabiam onde ficava a Grécia. "A qualidade do ensino é um problema sério, e com as mudanças que aconteceram desde o Governo Temer, tanto para o ensino médio como para a formação de professores, vai ficar pior", alerta a professora.


Cinco artigos relevantes

Glifosato: um problema da ciência e da tecnologia para a sociedade.
Revista Indagatio Didáctica. ISSN: 1647-3582;

O Processo de Tomada de Consciência e a Formação de Conceitos da Educação Ambiental na Formação Inicial de Professores de Ciências/Química.
Revista Revista Brasileira de Pesquisa em Educação em Ciências. ISSN: 1984-2686;

Contribuições da Teoria Sócio-Histórica para a pesquisa sobre a escolarização de jovens e adultos.
Revista Ciência e Educação. ISSN: 1516-7313

Impactos Ambientais decorrentes da construção da usina hidrelétrica de Batalha no rio São Marcos: apreensão por parte dos moradores do entorno das obras.
Revista Brasileira de Ciências Ambientais (IMPRESSA). ISSN: 2176-9478;

Um Estilo de Pensamento no contexto de conceituação global da Educação Ambiental: um olhar sobre o período pós-Estocolmo.
Revista Enseñanza de las ciencias. ISSN:2174-6486.


Site NUPEC: https://nupec.quimica.ufg.br/

A 43ª Reunião Anual da SBQ será realizada em Maceió, de 26 a 29 de maio. Participe: http://www.sbq.org.br/43ra/


Texto: Mario Henrique Viana (Assessoria de Imprensa da SBQ)








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