13/02/2020
43ª RASBQ:
As revelações de Jailson sobre policÃclicos aromáticos
Pesquisador do Senai/Cimatec e no Cienam-UFBA apresentará resultados recentes sobre a associação desses compostos com a água, o ar, a terra e em seres vivos
Quando o professor Jailson Bittencourt de Andrade entrou pela primeira vez em uma Reunião Anual da SBQ, em Belém, em 1982, ela ainda era realizada dentro do Encontro Anual da SBPC e ele, doutorando em quÃmica trabalhava com hidrocarbonetos policÃclicos aromáticos na PUC-RJ. Desde então estes compostos, geralmente oriundos de derrames ou queimas de combustÃveis fósseis, tem sido seu objeto de estudo, e a RASBQ cresceu – tornou-se independente da SBPC em 1990 -, assim como a representatividade da SBQ.
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Jailson Bittencourt de Andrade (Senai-Cimatec): "A sociedade quer bons produtos, com pouca agressão ao meio-ambiente. Precisamos maximizar a economia e circulação de átomos."
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Este ano o professor Jailson, volta à RASBQ, não apenas para participar, mas para apresentar a conferência "Estudos de Compostos PolicÃclicos Aromáticos Associados ao Material particulado Atmosférico, nos Corpos d'água, sedimentos e em organismos vivos."
"Dentre esses compostos estão as moléculas mais mutagênicas conhecidas, especialmente a 3 nitro-benzantrona. Tenho estudado esses compostos na atmosfera, nos corpos d'água, em sedimentos e organismos vivos. Vou falar de sua composição, riscos, e dar uma visão geral de resultados recentes", conta Jailson.
Ele tornou-se um entusiasta da SBQ desde a reunião em Belém, participou de diversas gestões em cargos distintos e ocupou a presidência da Sociedade entre 1996 e 98. "Sempre fico feliz em participar da Reunião Anual. Lembro que quando comecei a militar pela QuÃmica, a QuÃmica Nova estava "decolando" e o JBCS ainda não existia. Hoje são publicações robustas e importantes. Testemunhei uma ampliação muito grande no número de cursos de pós-graduação em quÃmica, o que veio junto com uma expansão qualitativa e quantitativa muito grande da SBQ. Noto que nas Reuniões Anuais tivemos um aumento expressivo da participação de estudantes e pesquisadores estrangeiros, bem como das regiões mais remotas do Brasil. Vi os quÃmicos brasileiros realizarem contribuições expressivas e ganharem visibilidade internacional", recorda.
Apesar da situação difÃcil da pesquisa cientÃfica no Brasil, que vem perdendo financiamento nos últimos anos, Jailson gosta de olhar o chamado copo meio-cheio. "Hoje a grande expectativa de avanço dos vários setores está relacionada à computação quântica. Desse ano para o próximo você terá computadores quânticos começando a operar. Esses computadores que surgirão, provavelmente, em 2020 ainda têm baixa capacidade de operação (1.000 a 10.000 qubits) em relação à s necessidades da criptografia, mas alta em relação ao que ao que a quÃmica precisa, pois os fenômenos quÃmicos são quânticos!!. Então temos um potencial grande e precisamos batalhar pelo uso desses computadores", reflete. "A sociedade quer bons produtos, com pouca agressão ao meio-ambiente. Precisamos operar com economia e circulação de átomos."
O professor Jailson mantém laboratórios e grupos de pesquisa no Senai/Cimatec, onde é pró-reitor de pós-graduação e pesquisa, e também no Centro Interdisciplinar de Energia e Ambiente (CIEnAm) da UFBA, onde é o Coordenador. É membro da Academia Brasileira de Ciências, fellow da Royal Society of Chemistry e Presidente da Academia de Ciências da Bahia. Teve passagens pela Capes e pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. Tem 241 trabalhos com 4.496 citações no Web of Science.
Texto: Mario Henrique Viana (Assessoria de Imprensa da SBQ)
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