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Boletim Eletrônico Nº 1406

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02/04/2020



Químicos seguem na linha de frente contra o covid-19


Iniciativas de sócios da SBQ proliferam pelo Brasil

Na semana passada mostramos neste Boletim algumas iniciativas de sócios da SBQ diante da disseminação do covid-19 no Brasil. Enquanto o número de infectados e mortos continua subindo em meio a uma possível subnotificação em decorrência da falta de exames, os químicos continuam em modo de esforço total pra minorar os efeitos da pandemia.

Na Universidade Federal de Alagoas (UFAL), uma força-tarefa dos Institutos de Química e Biotecnologia, liderada pelos professores Valéria Malta, Tatiane Balliano e Edmundo Acioli, com apoio da professora Isis Figueiredo (Secretaria Regional da SBQ-AL), do CRQ-AL e de várias empresas do ramo de produção de álcool, hipoclorito, embalagens, alimentos, água entre outras, tem como meta envasar nove mil litros de álcool etílico hidratado 70 INPM, oito mil litros de hipoclorito de sódio 1% e produzir mil litros de álcool etílico em gel 70 INPM até meados de abril.



IQ-UFAL mobilizado: Na foto superior, a equipe de envase de álcool etílico hidratado 70 INPM liderada pela Professora Isis Figueiredo. Na foto inferior, Equipe de preparo e envase de hipoclorito de sódio 1% liderada pela professora Valéria Malta.

"Até o momento já conseguimos envasar três mil litros de álcool etílico, dois mil de hipoclorito de sódio 1% e 300 de álcool etílico em gel", conta a professora Isis. "Boa parte desses suprimentos tem sido doado ao Hospital Universitário da UFAL, lares de idosos e instituições de caridade".

A secretária regional da SBQ-AL destaca que nada disso seria possível sem o apoio dos muitos professores de várias áreas da UFAL, IFAL, técnicos, alunos e ex-alunos de graduação e pós-graduação. "Esse tipo de atividade de extensão é muito importante, pois tem nos ensinado muito a respeito das corretas formulações dos produtos e legislação vigente. Toda nossa produção segue a NOTA TÉCNICA No 3/2020/SEI/DIRE3/ANVISA e foi comunicada a vigilância sanitária de Maceió", declara Isis.

Em Goiás, o Instituto de Química da UFG produziu na semana passada 34 litros de um desinfetante para as mãos que já foi entregue ao Hospital das Clínicas da UFG e à Vigilância Sanitária do Estado de Goiás. O material será utilizado para desinfecção e antissepsia de ambientes hospitalares. A ação foi liderada pelos professores Andréa Chaves e Boniek Gontijo, do Laboratório de Cromatografia e Espectrometria de Massas (LaCEM/IQ/UFG). Os professores destacam a participação de toda a equipe do laboratório para a produção do desinfetante, que seguiu as normas da Organização Mundial de Saúde (OMS).

"Este produto é mais fluido e devem ser tomados cuidados especiais no seu manuseio, já que é mais inflamável. Contudo, a sua eficácia é excelente", explica o professor Boniek. Segundo ele, a opção é viável nesse momento, uma vez que, para o preparo do álcool em gel é necessário utilizar um espessante, o carbopol, que está em falta no Brasil, e que é responsável por uma textura mais agradável ao consumidor.

"Quando propusemos a ideia, vários grupos se prontificaram voluntariamente a ajudar. Recebemos doação de recursos financeiros para aquisição dos frascos, produção do rótulo. O LaCEM doou todo o seu estoque de isopropanol e etanol e o IQ doou a glicerina", declara. "Agora esperamos mais doação de material para produzir mais desinfetante."

Ainda na UFG, o professor Wendell Coltro, com dois doutorandos e um pós-doc do Laboratório de Microfluídica e Eletroforese estão imprimindo 30 suportes para protetores faciais por dia, para doar ao Hospital das Clínicas local. O trabalho é feito em parceria com o IPELab, e os primeiros protetores já estão sendo usados pelo hospital.

Suportes para protetores faciais impressos na UFG. Parceria do Laboratório de Microfluídica e Eletroforese com IPELab permite a produção de 30 por dia.

O ex-presidente da SBQ (2014-16), professor Adriano Andricopulo (IFSC-USP), tem feito um trabalho intenso de disseminação de informações via suas redes sociais. Especialista em química medicinal, fármacos, medicamentos e saúde humana, o professor tem aproveitado este momento único que estamos vivendo para fazer chegar aos leigos e especialistas informação científica qualificada. "O momento é grave, complexo e de reflexão, e temos a oportunidade de restabelecer a importância da ciência e da informação responsável, colocando a química em evidência; a química dos fármacos, a química do bem, a química que contribui para mitigar o sofrimento e salva vidas", afirma.

"Tenho sido procurado por muita gente, criado vários textos e participado de alguns programas. Só para dar um exemplo, o texto que escrevi para a revista Questão de Ciência (https://bit.ly/clodanger) sobre a cloroquina e a hidroxicloroquina conta com mais de 60 mil visualizações. Já no Facebook alcançou mais de 9.100 curtidas, 3.700 compartilhamentos e 1.400 comentários. É uma demonstração clara do impacto da informação na construção do debate e na formação de opinião sobre temática de grande interesse atual. Pretendo continuar atuando na divulgação de informações científicas e na discussão de grandes temas tendo a química medicinal como um dos pilares fundamentais da saúde pública neste século XXI. O momento é ideal para reconstruir e construir cenários, e de renovar a confiança na ciência!"

Associado da SBQ, envie sua iniciativa contra a pandemia para boletim@sbq.org.br


Texto: Mario Henrique Viana (Assessoria de Imprensa da SBQ)








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