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20/10/2022



Ansiedade e Burnout
O peso psíquico de ser mulher


JP-SBQ e Núcleo Mulheres recebem psicóloga que explica porque adoecimentos psíquicos afetam tão fortemente as mulheres

De acordo com a pesquisa "Women @ Work 2022", da consultoria Delloite, 44% das mulheres brasileiras se sentem esgotadas. A taxa aumenta para 54% quando se trata de minorias étnicas no nosso país. A pandemia e todas as mudanças no cenário profissional contribuíram consideravelmente para que essa realidade piorasse para as mulheres. No Brasil, 35% das entrevistadas do estudo tiveram que se afastar do trabalho por conta da sua saúde mental, e na mesma linha, o número cresce para 45% entre mulheres de grupos minoritários.

Segundo a pesquisa, assédio e micro agressões estão crescendo: na edição anterior, 44% das mulheres brasileiras passaram situações desse tipo; em 2022, o número subiu para 60%. No caso das mulheres em grupos étnicos minoritários, a situação é ainda pior.

Uma outra pesquisa, feita pela plataforma LinkedIn, com quase 5 mil americanos e americanas mostrou que 74% das mulheres disseram estar muito ou razoavelmente estressadas por motivos ligados ao trabalho, em comparação com apenas 61% dos empregados do sexo masculino que responderam à pesquisa.

"A sociedade e o ambiente de trabalho são muito machistas. Ser mulher é um fator de risco para adoecimento psíquico", afirma a psicóloga e pesquisadora Loraine Gaino, Doutora em Ciências pelo Programa de Enfermagem Psiquiátrica da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto na Universidade de São Paulo – USP, e pesquisadora do Grupo de Estudos do Discurso, no Instituto Federal de SP. "Particularmente na minha atividade clínica, tem me preocupado a situação de mulheres mais novas, já estafadas em início de carreira. Isso se agrava quando temos mulheres com filhos."

Ela foi convidada do segundo episódio da roda de conversas JP Conecta sobre Saúde Mental, em que conversou com as professoras Juliana Thomas (UFRGS), do núcleo de boletins e podcasts do Comitê Jovens Pesquisadores SBQ, e Daniela Anunciação (UFAL), membro da coordenação do Núcleo Mulheres SBQ.

Loraine alerta para os efeitos da pressão por desempenho, algo comum em nossos tempos, mas com mais impacto na vida das mulheres. "É preciso saber que não precisamos dar conta de tudo", enfatiza.

Ouça íntegra da conversa: https://anchor.fm/sbqast/episodes/O-peso-psquico-de-ser-mulher-e1phc79

Siga a psicóloga Loraine Gaino nas redes: @lorainegaino.psi


Texto: Mario Henrique Viana (Assessoria de Imprensa da SBQ)








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