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11/10/2023



Rio de Janeiro: descarte incorreto de cerca de 95 % das lâmpadas fluorescentes causa contaminação ambiental


Reciclar 20% das lâmpadas, pode reduzir em aproximadamente 70% o impacto ambiental, revela estudo do Departamento de Química do CTC/PUC-Rio

No Rio de Janeiro, milhões de lâmpadas fluorescentes são descartadas de forma incorreta todo ano. Apenas 5% desse material é reciclado através do programa de logística reversa da Reciclus, uma iniciativa extremamente importante, mas que ainda não atende à demanda do país. As lâmpadas não recicladas são descartadas em aterros sanitários, lixões ou até mesmo em terrenos baldios, gerando um impacto negativo direto no meio ambiente e na saúde humana. Quando essas lâmpadas são quebradas, liberam elementos químicos tóxicos, como o mercúrio e elementos presentes no pó fosfórico que recobre o interior da lâmpada. É o que revela um conjunto de pesquisas realizadas pelo Departamento de Química (DQ) do Centro Técnico Científico da PUC-Rio (CTC/PUC-Rio) e publicados nas revistas internacionais Chemosphere e Journal of Environmental Chemical Engineering.

Os estudos realizados pela cientista Laís Viana, e pela Profa. Tatiana Saint'Pierre, ambas do DQ, simularam o cenário da quebra de lâmpadas fluorescentes no ambiente e descobriram que, tanto a água da chuva quanto o chorume, liberam elementos tóxicos do material fosfórico presente no interior das lâmpadas, tornando-os biodisponíveis no ambiente. Isso significa que o material que estava contido nas lâmpadas pode representar um risco sério de contaminação ambiental por elementos químicos tóxicos em caso de quebra das lâmpadas.

Para nós, seres humanos, isso se torna um risco a partir do contato com o solo, a ingestão da água e de alimentos produzidos em regiões contaminadas, o que não é diferente para outras espécies de animais.

Além disso, o estudo também abordou a questão do ciclo de vida das lâmpadas fluorescentes na cidade do Rio de Janeiro. Atualmente, apenas 5% das lâmpadas são recicladas, e esse processo é realizado por intermédio da Reciclus. O programa conta com 5 recicladoras atendendo a todo o território nacional e depende fortemente da participação da população no envio das lâmpadas usadas aos pontos de coleta. Este cenário é preocupante, pois 95% das lâmpadas são descartadas de forma inapropriada, onde, eventualmente, acabam se quebrando e liberando materiais tóxicos no ambiente.

As pesquisadoras afirmam que um aumento nas taxas de reciclagem poderia ter um impacto ambiental significativamente positivo: "Por exemplo, com a reciclagem de 20% das lâmpadas utilizadas, a redução no impacto ambiental causado seria de aproximadamente 70%. Esses resultados ressaltam a urgência de se implementar políticas e práticas de reciclagem mais eficazes no Rio de Janeiro para reduzir a contaminação ambiental e proteger a saúde pública. As pesquisas lançam luz sobre a necessidade de ações imediatas para enfrentar os desafios relacionados ao descarte de lâmpadas fluorescentes e sua reciclagem na cidade", alerta Laís Viana.

A Profa. Tatiana Saint'Pierre revela que todas as partes da lâmpada podem ser recicladas ou reutilizadas pelas indústrias e que isso pode diminuir o custo de aquisição de outros materiais de fontes primárias, sendo inclusive benéfico ao meio ambiente: "A reciclagem de lâmpadas fluorescentes é uma ação fundamental para a preservação ambiental e a economia de recursos preciosos. Ao reciclar uma tonelada de lâmpadas, evitamos a extração de 1,3 toneladas de areia para a produção de novos vidros; dez toneladas de plástico reciclado evitariam a extração de 0,01 kg de petróleo, além dos custos de produção dos novos materiais, por exemplo. Essa prática não apenas poupa recursos naturais finitos, mas também reduz os impactos ambientais negativos associados à mineração e à produção de matérias-primas. Além disso, a reciclagem contribui para a economia de custos de produção, tornando-a uma prática economicamente sensata", reforça a professora do CTC.


Fonte: Jéssica Fagundes (Approach Comunicação)








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