SARAU SBQ
Poesia Química
Agora à luz de velas, parafina, hidrocarboneto alifático,
Entrega-se para mim, juntos para mais uma reação.
Exotermicamente,
Eleva-me aos mais altos orbitais,
Hibridizo-me
Para encontrar-te,
Sou um halogênio,
Você, quando quer, é como um metal alcalino.
Hoje, ao escrever estas linhas,
Tinta, carbono em cadeias,
Tento quantizar a variação
Da nossa entalpia.
Você, às vezes, me ioniza,
Às vezes queres compartilhar.
Brinca com meus sentimentos,
tão certo quanto o hidrogênio
é indeciso.
Se mostra como um gás nobre,
Mas eu, pobre halogênio,
Tão próximo e tão distante.
Não me dá chances de completar teu octeto,
Quando queres brincar de teoria de ligação,
Tentamos nos estabilizar nas posições mais difíceis.
Depois, rompe nossas forças de London
E então só me resta pular de alguma ponte de hidrogênio.
Mas não posso ficar longe de ti,
É-me tão atraente, elétron de encontro ao núcleo,
Gás nobre, metal alcalino,
Seduz-me até a excitação do meu elétron.
Por fim,
Reação completa,
Entalpias calculadas
Octeto estabelecido,
Você quer,
Mesmo que isso
Acabe com nossa estabilidade,
Voltar-se a íon,
Deixar-me só.
Simplesmente,
Mostra-me toda tua eletronegatividade,
Arranca tudo de mim,
Inclusive,
Meu coração sem blindagem.
Prof. Luan Fonseca (@luanfonsecas), Professor Adjunto da Universidade Estadual do Ceará. Hoje é coordenador do Comitê de Jovens Pesquisadores da SBQ (JPSBQ). Nas horas vagas escreve algumas poesias e contos disponíveis em @docevenenopoetico
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