DESTAQUE
A 8ª edição do Prêmio Mulheres Brasileiras em Química está com inscrições abertas até março!
A premiação busca fortalecer a discussão da equidade de gênero ao prestigiar pesquisadoras com pesquisas de prestígio em seus campos de atuação
A American Chemical Society e a Sociedade Brasileira de Química abriram as inscrições para a oitava edição do Prêmio Mulheres Brasileiras em Química. As duas sociedades buscam reconhecer, desde 2018, os feitos de mulheres cientistas com carreiras de destaque na comunidade científica global e que atuam em território brasileiro. As candidatas têm até o dia 12 de março de 2025 (quarta-feira) para se inscreverem em uma das três categorias da premiação. Qualquer pessoa que se identifica com o gênero feminino é bem-vinda para candidatar-se ou ser nomeada por terceiros.
|
Esta premiação objetiva apoiar e fortalecer a discussão sobre equidade de gênero na ciência brasileira, especialmente nas ciências químicas e correlatas. O investimento em iniciativas para estimular mulheres – da infância à vida adulta – a procurarem por carreiras nas áreas STEM se tornou uma das prioridades para as instituições de ensino e pesquisa e agências que apoiam programas em ciência, tecnologia e inovação. Alguns dados denotam mudanças positivas nesse panorama. Um relatório publicado em 20241 mostra que houve um aumento de 11 pontos percentuais no número de mulheres entre autores de artigos científicos. Também, o relatório aponta que o Brasil é um dos países com maior participação feminina na ciência, com maior contribuição entre jovens pesquisadores (51%).
No entanto, ainda existem descompassos a serem trabalhados para continuar caminhando para um futuro mais equitativo para mulheres cientistas. Segundo dados de 20222, apenas 30% dos pesquisadores presentes nos países membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) são mulheres. No Brasil, é visto que, em 2022, 35% das mais de 15 mil das bolsas de produtividade do CNPq eram destinadas a mulheres. Nas áreas STEM, esse número cai para pouco mais de 20%. Um outro fato marcante é a média de tempo para conclusão do curso de doutorado. De acordo com o mesmo artigo, mulheres levam quase um ano a mais que homens para tal. Levando isso em consideração, uma das grandes novidades da 8ª edição do Prêmio é a extensão da idade máxima para concorrer à categoria "Líder Emergente em Química e Ciências Correlatas", de 40 para 45 anos completados em 2024. Outras mudanças foram feitas nos critérios de elegibilidade das três categorias, buscando abranger aspectos mais relevantes para cada posição na carreira e campo de atuação.
As vencedoras da edição do Prêmio Mulheres Brasileiras em Química 2025 serão anunciadas em maio e a cerimônia de premiação ocorrerá durante a programação da 48ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química (RASBQ), que acontece entre 8 e 11 de junho de 2025, em Campinas, no estado de São Paulo. Para mais informações, candidatar-se ou indicar uma mulher cientista, acesse a página do Prêmio, neste link.
O Prêmio "Mulheres Brasileiras em Química" possui três categorias:
Líder Emergente em Química e Ciências Correlatas: Nesta categoria, premiaremos uma jovem cientista notável na Química ou em áreas relacionadas. Esta líder emergente excepcional deverá ter até 45 anos de idade ou não ter concluído seu doutorado há mais de 10 anos (ambos completados em 2024). Em caso de maternidade, para uma licença-maternidade acrescentam-se dois anos ao limite de idade ou ao período após a conclusão do doutoramento. Para duas ou mais licenças-maternidade, acrescentam-se três anos.
Critérios mínimos de elegibilidade: doutorado concluído, cinco artigos publicados (como autora correspondente) em periódicos científicos indexados no Journal Citation Reports (JCR) mais recente; quatro teses de doutorado e/ou dissertações de mestrado defendidas como orientadora principal; quatro palestras plenárias apresentadas fora da instituição de origem; e um projeto (como coordenadora) aprovado por uma agência de fomento.
Liderança na Academia: Este prêmio reconhecerá uma mulher com uma carreira consolidada na academia e cuja contribuição para a pesquisa científica na Química ou áreas afins tenha um impacto global e social significativo.
Critérios mínimos de elegibilidade: doutorado concluído; vinte e cinco artigos publicados (como autora correspondente) em periódicos científicos indexados no Journal Citation Reports (JCR); vinte teses de doutorado e/ou dissertações de mestrado defendidas como orientadora principal; dez palestras plenárias apresentadas fora de sua instituição de origem; e cinco projetos (como coordenadora) aprovados por agências de fomento.
Liderança na Indústria: Nesta categoria, premiaremos uma mulher que atue nas indústrias química, farmacêutica/cosmética ou de biotecnologia, cujas pesquisas e inovações criativas tenham gerado descobertas que contribuíram para o sucesso comercial e o benefício da sociedade e do planeta.
Critérios mínimos de elegibilidade: doutorado concluído ou em andamento; um pedido de patente concedido por um órgão nacional ou internacional de propriedade intelectual que realizam o registro e concessão de patentes; um artigo publicado em periódico científico indexado no Journal Citation Reports (JCR) mais recente; liderança de uma equipe ou mais que atuou no desenvolvimento de soluções inovadoras que levou a um produto comercial – é necessária documentação comprobatória; experiência mínima na indústria de 10 anos.
1 https://abori.com.br/relatorios/em-direcao-a-equidade-de-genero-na-pesquisa-no-brasil/
2 https://revistapesquisa.fapesp.br/consorcio-mapeia-desigualdade-de-genero-na-ciencia-em-16-paises-e-propoe-acoes/
|