Topo Boletim Eletrônico da SBQ
   Notícias | Eventos | Oportunidades | Receba o Boletim | Faça a sua divulgação | Twitter | Home | SBQ

Boletim Eletrônico Nº 1645 - 10/04/2025




DESTAQUE

48a RASBQ: Sensores perdem tamanho, ganham versatilidade e novos materiais


Sessão Temática abordará os desafios na produção de sensores vestíveis e em campo

Quinze anos atrás o doutor Wendell Karlos Tomazelli Coltro ganhava o Prêmio CAPES de Teses na área de química, com seu trabalho intitulado "Detecção condutométrica sem contato: uma nova ferramenta para monitoramento de interações biomoleculares em microssistemas analíticos", orientado pelo Prof. Emanuel Carrilho (IQSC-USP), um dos pioneiros da área de microfluídica (o estudo do transporte de soluções em canais de proporções micrométricas) no Brasil.

Hoje o Professor Wendell prepara-se para defender seu memorial descritivo de professor titular. Ele coordena o produtivo Grupo de Microfluídica e Eletroforese, no Instituto de Química da Universidade Federal de Goiás, onde mantém abertas linhas de pesquisa para entender mecanismos e dinâmicas da microfluídica, produzir e aperfeiçoar sensores para fins variados. Nesse tempo, ganhou outros prêmios, depositou 22 patentes e já obteve o registro de cinco delas. Publicou 160 artigos (Web of Science), 1 livro e mais de 20 capítulos de livro, tendo recebido aproximadamente 4800 citações. Ele será um dos palestrantes da Sessão Temática "Sensores Vestíveis e em Campo", que será realizada na 48ª Reunião Anual da SBQ.

Wendell Coltro (UFG): "Hoje somos capazes de colocar sensores em partes específicas do corpo humano, para coletar fluidos biológicos e monitorar marcadores específicos, com muita simplicidade, baixo custo e trazendo respostas importantes para a tomada de decisão com relação a tratamentos"

"Um dos principais desafios nessa área atualmente é melhorar a robustez e a confiabilidade dos sensores, no sentido de que sejam facilmente utilizáveis por qualquer pessoa. Isso é importante para que nossos produtos cheguem ao mercado", declara o Professor Coltro. Uma adaptação em uma impressora de recorte comum permite que seu grupo produza sensores de forma automática, sem a necessidade da pipetagem manual na ordem de um microlitro por sensor – o que representa um ganho de tempo e uma menor taxa de erro.

Apenas no ano passado, Coltro e seu grupo depositaram quatro pedidos de patente, todas diretamente relacionadas a processos novos para o desenvolvimento de sensores, ou novas aplicações explorando as plataformas descartáveis (papel ou poliéster) para aplicação em campo. "Hoje somos capazes de colocar sensores em partes específicas do corpo humano, para coletar fluidos biológicos e monitorar marcadores específicos, com muita simplicidade, baixo custo e trazendo respostas importantes para a tomada de decisão com relação a tratamentos", explica o docente.

Uma dessas patentes, ligadas ao monitoramento de glicose, despertou o interesse de uma empresa, que pretende produzir o sensor em larga escala para que a tecnologia chegue ao Sistema Único de Saúde (SUS). "Celebramos um protocolo de intenções e estamos buscando financiamento para iniciar a produção em larga escala", conta o Prof. Wendell.

Ele passou no concurso para lecionar na UFG em 2009. Na época a universidade não tinha uma linha de microfluídica e sensores. Em 2010, conseguiu recursos para montar um laboratório e sistemas de eletroforese. Em 2012 construiu os primeiros sensores, que lhe renderam o título regional do Prêmio Finep de Inovação de 2013. O dinheiro ganho foi integralmente investido em infra-estrutura, um prédio, que será ampliado agora em 2025. Hoje a UFG tem três docentes nessa área, um grupo de pesquisa com 30 alunos, e vários egressos formados lecionando em outras universidades no Centro-Oeste.

Eduardo Mathias Richter (UFU): "O desenvolvimento e a fabricação de sensores é uma área importante da química analítica, com aplicações em muitos campos e desafios científicos interessantes, sobretudo na área de materiais"

"O desenvolvimento e a fabricação de sensores é uma área importante da química analítica, com aplicações em muitos campos e desafios científicos interessantes, sobretudo na área de materiais", observa o professor Eduardo Mathias Richter (UFU), um dos coordenadores da sessão temática. Prof. Eduardo também ministrará a conferência "Potential of 3D Printing Technology for Producing Devices and Equipment in Laboratories with Limited Infrastructure" na 48ª RASBQ.

Ao longo dos anos, os sensores, tanto os que são utilizados para medições de parâmetros ambientais, como qualidade do ar, quanto os que são utilizados na área de saúde, fazendo leitura de fluidos corporais como lágrima, saliva ou suor, foram perdendo tamanho e ganhando eficiência. "Atualmente, pesquisadores já estão embarcando sensores em drones para coletar dados em áreas de difícil acesso, ou onde o acesso é prejudicial à saúde humana", pontua o professor Richter.

A sessão temática "Sensores Vestíveis e em Campo" terá a coordenação dos professores Richter, Fabio Andrei Duarte (UFSM) e Kelly das Graças Fernandes Dantas (UFPA), e as palestras dos professores Coltro, Daiane Dias (FURG), Cecília de Carvalho Castro e Silva (Mackenzie) e William Reis de Araujo (Unicamp).

Saiba mais: https://www.sbq.org.br/48ra/pagina/sessoes-tematicas.php


Texto: Mario Henrique Viana (Assessoria de Imprensa da SBQ)



Contador de visitas

     

SBQ: Av. Prof. Lineu Prestes, 748 - Bloco 3 superior, sala 371 - CEP 05508-000 - Cidade Universitária - São Paulo, Brasil | Fone: +55 (11) 3032-2299