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Você Pergunta, a SBQ responde: confira a resposta da SBQ para segunda pergunta
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Já recebemos algumas perguntas para a nova coluna e nessa edição iremos responder a pergunta do Ovidio Carlos Milare, professor de ensino fundamental. A pergunta é: Sobre a polêmica do momento: É possível que o metanol identificado nos casos de mortes e cegueira provocados pela ingestão de bebidas destiladas tenha ocorrido por uma segunda fermentação provocada pela mistura com substâncias adocicadas? Veja a resposta da Profª Amanda Danuello da Universidade Federal de Uberlândia, associada efetiva da SBQ.
Não, é muito improvável que o metanol presente nas bebidas que levaram aos recentes casos de intoxicação tenha se originado de uma segunda fermentação. De fato, o metanol é produzido biologicamente durante a fermentação de pectinas, que são substâncias complexas presentes nas paredes celulares de alguns frutos, como maçã, ameixa e damasco. No entanto, nesses casos, o metanol aparece em concentrações muito baixas e, com um processo adequado de destilação, essas quantidades são eliminadas ou reduzidas a níveis seguros, incapazes de causar intoxicações graves. Já substâncias adocicadas, como xaropes ou açúcares simples (por exemplo, a sacarose), não geram metanol durante a fermentação, apenas etanol.
Os casos de intoxicação relatados nas últimas semanas envolvem concentrações muito elevadas de metanol, muito superiores às que poderiam resultar de qualquer fermentação natural. Tais níveis só podem ser explicados pela adição criminosa de metanol industrial, com o objetivo de aumentar o volume e o teor alcoólico das bebidas adulteradas.
Participe e faça sua pergunta!
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