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Novos editores planejam aumentar o engajamento da comunidade com a Química Nova

A SBQ está promovendo uma modernização nos seus periódicos generalistas, que passam agora a ter a figura do editor-chefe na coordenação geral, além dos editores-executivos (especializados nas quatro grandes áreas), com papéis bem definidos. Os objetivos da Diretoria e Conselho com essa mudança são fortalecer o diálogo entre as publicações e a D&C, e melhorar as métricas como tempo de revisão e tempo de publicação.

Professora Cassiana Montagner (ao centro, de branco) com seus alunos do Laboratório de Química Ambiental (Unicamp): "Junto com esse time maravilhoso de editores executivos e associados, vamos buscar fazer com que a QN faça parte da história da consolidação de grupos de pesquisa no Brasil"

Na Química Nova – o primeiro periódico lançado pela SBQ – a chefia da edição fica a cargo da professora Cassiana Carolina Montagner (UNICAMP), tendo como editores-executivos os professores Clarice Dias Britto do Amaral (UFPR), Gustavo Fernandes Souza Andrade (UFJF), Júlio Santos Rebouças (UFP), e Rodrigo Octavio Mendonça Alves de Souza (UFRJ). Todos são pesquisadores de ponta em suas instituições e no país e têm longa trajetória de dedicação à SBQ.

"Antes de implementar as mudanças, conversamos muito com os autores que publicam na QN. Ouvimos suas aflições e entendemos que eles precisam ser melhor acolhidos pela publicação", revela a presidenta da SBQ, Profa. Rossimiriam Freitas (UFMG). "A comunidade de químicas e químicos no Brasil precisa entender que a QN pertence a todos nós."

Professora Clarice Amaral (UFPR), editora-executiva da área de analítica

Na visão da Profa. Cassiana, "Compromisso" é a palavra-chave que deve nortear o trabalho da nova equipe de editores. Ela conta que recebeu o convite para a nova função em um momento em que a sensação de pertencimento à SBQ, propagada pela atual gestão, batia forte em seu peito. "Tenho uma relação de muitos anos com a SBQ, tendo atuado na divisão de Química Ambiental nos últimos anos. A QN é uma revista muito querida. Lembro do primeiro artigo que publiquei nela, em 2017. Ser escolhida editora-chefe é uma honra e uma responsabilidade gigante", afirma.

Ela ressalta o fato de ser mulher, jovem (concluiu seu doutorado em 2011), e vinda de uma área interdisciplinar como características que podem inspirar jovens químicas em suas trajetórias científicas. "A função de editora-chefe traz muita visibilidade, então acredito que uma consequência natural da minha nomeação será inspirar jovens químicas, e químicos interdisciplinares", reflete.

Química Nova é um periódico de acesso aberto, que publica trabalhos em português (também inglês e espanhol). Assim, é uma ferramenta extremamente útil para uma vasta quantidade de estudantes e pesquisadores que ainda não dominam a língua inglesa. É muito utilizada em sala de aula por professores do ensino médio e da graduação, e tem servido como referência para questões de vestibulares.

"Por publicar em Português, a QN fortalece a divulgação científica ao ser facilmente acessada. É também uma revista democrática, pois recebe dos pesquisadores mais renomados aos mais novos, que ainda não publicam com periodicidade em revistas internacionais – não pela qualidade, mas pela dinâmica de trabalho", pontua a editora-chefe.

Ela explica que seus desafios à frente da QN serão manter a qualidade da publicação e o respeito conquistado junto à comunidade química no Brasil, e ao mesmo tempo tornar a revista mais atrativa para autores, reduzindo o tempo de publicação, e trazendo novos autores de regiões que têm submetido poucos trabalhos.

Professor Gustavo Andrade (UFJF), com seus alunos do Laboratório de Nanoestruturas plasmônicas. Ele será o editor-executivo da área de físico-química

"Junto com esse time maravilhoso de editores executivos e associados, vamos buscar fazer com que a QN faça parte da história da consolidação de grupos de pesquisa; que tenhamos autores homens e mulheres de todas as regiões do Brasil, e que a QN possa se fortalecer sendo um banco de leitura cotidiana para nossos pesquisadores", resume a Profa. Cassiana.

A editora-executiva da área de Analítica será a Profa. Clarice Amaral (UFPR), sócia da SBQ de maneira ininterrupta desde 2013, quando ainda cursava o doutorado. Ela tem mais de 10 anos de experiência como revisora de periódicos, incluindo a QN e o JBCS. "Será minha primeira experiência como editora. É um grande desafio, mas entendo que o convite que recebi da nossa presidenta é um sinal de prestígio, e um reconhecimento ao meu trabalho", declara.

Em sua visão, é preciso engajar mais docentes e estudantes em torno da Química Nova. "Ela já é uma revista muito buscada para quem está no início da carreira científica, pelo fato de aceitar trabalhos em Português. Queremos aumentar sua visibilidade. Pessoalmente, acredito que a QN é a primeira revista que todo(a) graduando(a) em química deveria ler."

Professor Rodrigo Souza (UFRJ), editor-executivo da área de orgânica

Na área de físico-química, o editor-executivo será o professor Gustavo Andrade (UFJF), sócio da SBQ desde 2010. Ele vem atuando como revisor ad hoc da QN desde 2008, e tem experiência como revisor e membro do corpo editorial de diversos periódicos. Seu primeiro artigo publicado na QN, em 2009, tratou sobre o desenvolvimento de um nanomaterial metálico usando espectroscopia Raman.

"A QN é um grande repositório dos avanços recentes em Química, no Brasil", afirma. "Tenho a lembrança de me encantar ao folhear uma edição impressa, ainda no início dos anos 2000", recorda.

Em sua visão, a QN tem uma característica importante: ao permitir que trabalhos de conhecimento novo sejam publicados em português, torna-se acessível para uma série de pessoas que talvez ainda tenham a dificuldade da língua. "Ela sempre tem bons exemplos de ensino para a sala de aula."

Na área de orgânica, o editor-executivo será o professor Rodrigo Souza (UFRJ), sócio da SBQ desde 1997, quando fazia Iniciação Científica. Ele conta que sua motivação para aceitar o convite feito pela Diretoria e Conselho é o desafio de fortalecer a QN e, por extensão, as revistas brasileiras. "Existem inúmeras revistas no mundo e, para competir pelos bons manuscritos, precisamos fazer um serviço editorial de primeira qualidade. Isso passa pelo engajamento dos sócios da SBQ e da comunidade química. Todos precisam saber que publicar na Química Nova fortalece a ciência brasileira", aponta. "É muito importante ter ciência escrita em Português."

Completa o quadro de editores-executivos o professor Júlio Santos Rebouças (UFPB), na área de química inorgânica, ex-secretário-adjunto da SBQ.

Saiba mais: https://quimicanova.sbq.org.br/

Texto: Mario Henrique Viana (Assessoria de Imprensa da SBQ)