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Boletim Eletrônico Nº 1678 - 11/12/2025




DESTAQUE

Com aporte do CFQ, Brasil volta a ser membro da IUPAC


Filiação traz uma série de benefícios para estudantes, pesquisadores e docentes

Por uma iniciativa do Conselho Federal de Química (CFQ), o Brasil volta a ser filiado da IUPAC (União Internacional da Química Pura e Aplicada) a partir de 2026. Com a filiação, químicos brasileiros poderão voltar a ocupar postos nos comitês e conselhos da entidade, e poderão participar de eventos e premiações internacionais realizadas pela IUPAC.

"É uma enorme alegria celebrar essa nova fase da participação do Brasil na IUPAC! Durante muitos anos, a SBQ manteve sozinha a filiação do país, sempre com a convicção de que a ciência brasileira merece estar presente nos grandes debates mundiais", afirma a professora Rossimiriam Freitas (UFMG), presidenta da SBQ. "Agora, com a iniciativa do sistema CFQ/CRQs, abrimos um capítulo histórico: químicas e químicos do Brasil passam mais uma vez a ocupar seu espaço com força renovada na principal entidade internacional da área. É um momento de muito orgulho para toda a nossa comunidade."

O encontro em 2023 que possibilitou a volta do Brasil à IUPAC: Javier García Martinez (e), presidente da IUPAC; José de Ribamar Oliveira FIlho, presidente do CFQ, e Weverton Borges, então gerente geral do CFQ

A volta do Brasil à IUPAC começou a ser costurada em um encontro fortuito entre o presidente do CFQ, Prof. José de Ribamar Oliveira Filho, e o então presidente da IUPAC, Prof. Javier García Martinez, na FLAQ de 2023, no Panamá. "Eles conversaram, o Prof. Ribamar trouxe a questão para a diretoria, o processo andou nas instâncias do CFQ e foi aprovado sem esforço", contra o Professor Wilson Botter Júnior, 2º vice-presidente do CFQ. "O objetivo é mantermos a filiação sem interrupções, como houve no passado."

O valor da anuidade paga por uma Organização Nacional Aderente (NAO) à IUPAC varia, pois é calculado com base na capacidade econômica e acadêmica de cada país. Não há um valor fixo ou igual para todas as nações. Para o Brasil, a estimativa atual é de aproximadamente R$ 270 mil por ano.

No passado, o Brasil foi filiado à IUPAC com financiamento do CNPq e representatividade do então CBAQ (Comitê Brasileiro para Assuntos de Química junto à IUPAC). O Comitê, criado em 1988, reunia SBQ, ABQ, ABEQ, ABPol e Abiquim. No biênio 2006-2007, por exemplo, chegamos a ter 18 representantes oficiais nos comitês da IUPAC – docentes e pesquisadores de variadas instituições de ensino.

O Prof. Vitor Ferreira (UFF), presidente da SBQ de 2012 a 2014, conta que ainda na primeira década do Século 21, o CNPq anunciou que não renovaria a filiação, os demais componentes do CBAQ também não tinham interesse, e a SBQ decidiu bancar a filiação sozinha. "A ideia surgiu atrelada à possibilidade de trazermos o Congresso Mundial de Química para o Brasil. A IUPAC estava em vias de completar 100 anos, e nunca havia realizado um Congresso Mundial na América do Sul", recorda.

Em dezembro de 2012, a SBQ oficializou a candidatura de São Paulo para sediar o Congresso Mundial de Química de 2017. A carta enviada à IUPAC foi assinada pelo Prof. Vitor, pelo presidente sucessor, Prof. Adriano Andricopulo (IFSC-USP) e pelo Prof. Fernando Galembeck (Unicamp), ex-presidente da SBQ e representante na IUPAC. No ano seguinte, durante a 47a Assembleia Geral da IUPAC, realizada em Istambul (Turquia), o Brasil derrotou a Austrália, e ficou estabelecido que o Congresso Mundial de Química de 2017 seria realizado em São Paulo.

"Naquele evento em Istambul, fizemos um coquetel para os presidentes das sociedades filiadas. O Aldo (Zarbin, UFPR, presidente da SBQ de 2016 a 2018) fez uma seleção de músicas brasileiras e eu fiquei na porta recebendo os presidentes. Também estavam conosco, além do Adriano e do Galembeck, a Vanderlan Bolzani (Unesp), o Jaílson Bittencourt de Andrade (na época, UFBA), e o Luiz Henrique Catalani (USP). Ganhamos da Austrália de 131 a 29, com votos dos Estados Unidos", recorda o Prof. Vitor.

O Congresso Mundial de Química de 2017 foi um marco para a Química no Brasil e na América do Sul. Vieram três vencedores de prêmio Nobel – mais um, David MacMillan, que venceria poucos anos depois – e um público total de mais de 3.500 pessoas. A partir de 2018, a conta da filiação ficou pesada, e o Brasil deixou de fazer parte da IUPAC até agora. A próxima chamada para indicações de representantes nas comissões está prevista para o segundo semestre de 2026. O CFQ informa que as representações brasileiras nas Comissões e Comitês da IUPAC serão ocupadas por pesquisadores da área da Química devidamente registrados em seus Conselhos Regionais. "Vamos buscar sugestões de nomes a serem indicados junto aos nossos parceiros SBQ e ABQ", pontua Botter.

Segundo ele, o CFQ acompanhará o calendário de reuniões, eventos e demais atividades promovidas pela IUPAC, com atenção especial às ações previstas para ocorrer no Brasil. "A participação nessas iniciativas faz parte do compromisso institucional de fortalecer a inserção internacional da Química brasileira", observa.

Botter reforça que o CFQ planeja manter-se como membro da IUPAC. "Assim, os profissionais da Química devidamente registrados nos Conselhos Regionais de Química poderão usufruir desses benefícios não apenas no exercício de 2026, mas durante todo o período em que perdurar a adesão do Brasil à IUPAC."


Benefícios da filiação à IUPAC

• Reconhecimento internacional e global da NAO e dos químicos que ela representa;
• Representação no Conselho da IUPAC, órgão máximo de governança da União, que se reúne bienalmente, geralmente ao final da Assembleia Geral;
• Possibilidade de químicos de países membros da NAO candidatarem-se a posições como membros titulares, associados ou representantes nacionais em quaisquer Divisões ou Comissões Permanentes da IUPAC, observadas as regras previstas nos Estatutos, Regulamentos Internos e Normas Permanentes da entidade;
• Elegibilidade dos países membros da NAO para sediar congressos da IUPAC e conferências endossadas pela União;
• Oportunidade anual de cada NAO indicar um evento nacional para a concessão dos Prêmios de Pôsteres da IUPAC;
• Possibilidade de jovens químicos de países membros da NAO candidatarem-se ao Prêmio Internacional IUPAC-SOLVAY para Jovens Químicos, concedido à tese de doutorado de maior destaque na área das ciências químicas;
• Recebimento de assinatura anual gratuita da revista institucional Chemistry International.


Texto: Mario Henrique Viana (Assessoria de Imprensa da SBQ)



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